quarta-feira, 7 de abril de 2010

Palavra difícil

Mãe,como a tua filhinha é tola e infantil! Não sabe a diferença entre as luzes das ruas e as estrelas.” – Tagore

Absorta. “Aqui na sala de aula tem uma menina absorta”, disse a professora para exemplificar para a turma de terceira série do primário o que significava a “estranha” palavra que apareceu em um texto lido em sala de aula. E olhava para mim. “Absorta, eu?”, perguntei fingindo surpresa. Na verdade, o espanto não era tanto. Eu tinha plena consciência que minha imaginação por vezes fugia do controle. Meu pensamento percorria velozmente mundos, cores, flores, personagens, passado e futuro, desligando-me, muitas vezes do presente. “Eles não sabem de nada”, ria eu sozinha, pensando na professora e nos colegas que achavam que entendiam o verdadeiro significado de palavras. Até hoje eu sou meio assim. Às vezes me refugio em meus pensamentos, como se tivesse receio de reparti-los com outras pessoas. É o meu encontro com minha alma. È neste intercâmbio com a alma, mesmo involuntário, que me reciclo, que me protejo e que permito, sem medo de retaliações, que minha vida interior cintile a céu aberto para que quem entender me veja.

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