quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ano novo a gente faz

"Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre." Carlos Drumond de Andrade

Ano Novo. Tempo de pensar no que fizemos durante os doze meses que se passaram. Tempo de avaliar nossas atitudes e sentimentos. Novas amizades conquistadas. Amizades antigas fortalecidas. Amores solidificados. Saudades dos que se foram. Saudades dos que ficaram.

O novo ano que chega é comemorado por cada povo do planeta, segundo as suas tradições e costumes. A comemoração ocidental, no nosso caso, tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1º de janeiro como o Dia do Ano Novo no ano 46 a.C. Dizem que, nessa data, os romanos comemoravam o dia do deus Juno, o rei dos portões.

O primeiro dia do ano é dedicado à confraternização. É o Dia da Fraternidade Universal. Lembranças de acontecimentos que nos marcaram profundamente e outros que nem tanto, mas que trouxeram leveza e paz. É tempo de festejar. Festa de confraternização com o outro. Festa de confraternização conosco.

Taças são erguidas. Brindes são feitos à vida, ao dinheiro. ao poder. ao amor e a tantas outras coisas. Espocam fogos de artifícios no ar. Luzes brilham com intensidade nas grandes cidades. Nos campos e nas matas, o brilho das estrelas se basta.

Não é tempo de lamentar as oportunidades perdidas, os projetos que não deram certo ou chorar os amores fracassados. É tempo, sim, de renovação.

É hora de pagar as dívidas e devolver tudo o que se pediu emprestado da vida ao longo do ano. Esse gesto reflete a nossa necessidade de fazer um balanço e de começar o ano com as contas acertadas.

Fazer a lista dos objetivos a alcançar no ano que se anuncia (e que, por certo, vai ser esquecida em um canto qualquer), beber champanha, reunir os amigos, preparar a ceia, usar a roupa de tal cor são hábitos saudáveis e gratificantes como tantos outros. Porém tudo isso por si só não basta.

Na verdade, para ganhar um ano novo que valha realmente a pena, nós temos de merecê-lo. Como diz o poeta, temos de fazer o novo despontar dentro de nós. E, para isso, não tem receita pré-testada. A mudança tem de vir de dentro, do mais íntimo de nosso ser.

É como uma semente que brota e ergue sua haste em direção ao sol. No âmago de seu ser há uma voz que lhe diz baixinho: “Cresça, cresça!”

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