quarta-feira, 23 de março de 2011

Caminhos

“Caminhos são mais antigos que a redondeza da Terra. Eles não descem os horizontes, seguem sozinhos, no ar.” rio Quintana

Os caminhos que levam à Ilha do Frade passam por uma pequena ponte que a liga à ilha de Vitória e conduzem a uma região rochosa, entremeada por pequenas faixas de areia, formando belas praias, de onde se descortina o litoral recortado da capital do Espírito Santo.

Esse cenário recentemente passou a incorporar a visão de casas construídas nas pontas das rochas, formando verdadeiros paredões que dificultam aos visitantes a vista das belas paisagens. Até o início dos anos 70, quando começou a ocupação imobiliária de áreas costeiras da atual metrópole, a natureza se mostrava em toda a sua exuberância. Até então, o local era procurado e apreciado apenas por aventureiros e pescadores que chegavam até lá usando pequenas embarcações.

Felizmente, em meio ao recente ambiente urbano, ruas arborizadas e bem calçadas, o visitante encontra, no coração da ilha, um pequeno parque com um lago, ladeado por árvores frondosas e vegetação mais rasteira. Corta o parque um estreito caminho de terra.

Diante de tantas notícias de terremotos, tsunamis, devastações, enchentes, guerras, assuntos que ocupam os meios de comunicação, pude respirar fundo, sossegar meu espírito e encher meus olhos com os mais diversificados tons de verde, passeando por essas alamedas. Encontrei, assim, inspiração para pintar este quadro ao qual denominei de Caminho Encantado.

Os caminhos da própria vida nos têm mostrado que a necessidade de se preservar a natureza se torna cada dia mais fundamental para quem almeja um futuro possível para os habitantes de nossas cidades.

Quem sabe novos caminhos levem a um novo mundo onde estejam garantidas a prosperidade e a qualidade de vida da humanidade ao mesmo tempo em que sejam preservados os recursos naturais deste planeta Terra. E, quem sabe, assim eles sigam sozinhos pelo ar.

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