segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Adeus, Olímpico





"Até a pé nós iremos; para o que der e vier; mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio, onde o Grêmio estiver".

O refrão deste hino tricolor gaúcho, composto pelo grande e sempre lembrado Lupicínio Rodrigues, traduz muito bem o sentimento que move aqueles que amam e torcem pelo Grêmio Football Portoalegrense, nos quais me incluo.

Tradicional ponto de encontro desta enorme e fiel torcida, o Monumental Estádio Olímpico sempre foi palco de grandes vitórias e cenário de expressão maior do orgulho que nós gremistas sempre sentimos pelo nosso tricolor. No domigo, dia 2 de dezembro deste ano de 2012, essa fiel torcida deu adeus a seu imponente Estádio, situada no bairro Azenha, em Porto Alegre. 

Eles foram chegando, cantando palavras de ordem,  carregando bandeiras, vestindo a camisa do time, um verdadeiro mar azul. Homens, mulheres, crianças de todas as idades, raças,  cores, classes sociais, crenças, unidos por uma só paixão:  o Grêmio Football Portoalegrense. Uma tarde de despedida. A ameaça que pairou no ar durante vários meses, estava bem perto de tornar-se realidade. O Estádio Olímpico, em breve,  vai ser demolido para dar lugar a um grande empreendimento imobiliário.

Para marcar  esse adeus, a data escolhida foi a do último jogo do Campeonato Brasileiro de 2012 e o time adversário não poderia ser outro: o rival, Sport Club Internacional. Tudo programado (ou não) para a festa ficar mais apimentada e emocionante. O jogo, como sempre acontece entre os dois, foi recheado de jogadas duras, empurrões, xingamentos, expulsões, pernas esfoladas, narizes sangrando. Uma verdadeira praça de guerra. 

O resultado final da batalha - zero a zero - pouco importava para mim. O que movia os gremistas eram os sentimentos de saudade e de agradecimento por tantas conquistas, tantas alegrias vividas naquele solo sagrado que, como parte de todas as trajetórias de uma vida, foi palco também de algumas decepções e tristezas. Nada que ofuscasse o amor depositado por todos nós, gremistas.

Enquanto assistia tudo pela televisão me perguntava: quantos jogadores, técnicos, preparadores físicos, massagistas  e outros tantos profissionais passaram por seus gramados? Quantos contribuíam pelos inúmeros títulos conquistados? Foram entre muitos, dois Campeonatos Brasileiros, duas Libertadores, quatro Taças do Brasil e um Campeonato Mundial. São pouquíssimos os clubes brasileiros que têm este currículo para ostentar.

E os torcedores, anônimos que tornaram vivas suas arquibancadas, cadeiras sociais e geral? Quantos empurraram o time para as inúmeras vitórias e títulos alcançados? Quantos sofreram juntos nas derrotas? Nunca saberemos. Seus gritos, canções, choros, risadas e aplausos vão ficar ecoando ainda por muito tempo em cada coração gremista.

O novo estádio, a Arena Gremista, foi apresentado aos torcedores e esportistas do mundo inteiro nesse fim de semana, dia 8 de dezembro, com um jogo internacional: Grêmio e Hamburgo,  da Alemanha,  com a vitória do tricolor gaúcho por 2 a 1.

Estádio moderno, exuberante, comparável  aos mais destacados centros esportivos do mundo, a Arena foi inaugurada com a presença de mais de 60 mil torcedores. Atletas consagrados que vestiram a camisa azul, preta e branca, em tempos passados, foram homenageados. 

Os gremistas já vislumbram novas emoções e conquistas na nova casa. Porém as lembranças  do velho Olímpico jamais serão apagadas de nossos corações e mentes. 

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