“... não é o leitor que descobre o seu poeta, mas o
poeta que descobre o seu leitor.” Mário Quintana
Desde
pequena sempre gostei de livros. Vivi em uma casa onde se respirava livros. Meu
pai era um leitor contumaz e, minha mãe, professora, sempre buscava nos livros
idéias para suas aulas. Então, não foi difícil seguir a tradição. Por isso, quando
meus filhos eram pequenos, meu marido e eu sempre procuramos levá-los a ingressar
no mundo da leitura, seja comprando-lhes livros de acordo com seu desenvolvimento,
seja contando-lhes histórias e estórias. Enfim, plantamos as sementes, cultivá-las é
com eles.
Os
livros são um verdadeiro fascínio para mim. Gosto de estar na presença
de um deles, mesmo que seja para folheá-lo simplesmente ou para sentir o cheiro
de papel misturado com a tinta. Sempre quis desvendar seus segredos. Ao lê-los
viajei por mundos antes desconhecidos e penetrei no âmago de inúmeros
personagens que realmente viveram ou que apenas foram frutos da imaginação dos
autores.
Atualmente,
gosto de vasculhar pela internet, procurar novidades e inteirar-me dos fatos
que acontecem pelo mundo. Porém, apesar de todas as novidades tecnológicas, ainda
cultivo o hábito de sentir entre os dedos a textura do papel. E também é por
isso que aprecio ler o jornal diariamente enquanto tomo o café da manhã ou
depois do almoço, recostada nas almofadas. Esse hábito, diga-se de passagem,
adquiri depois que comecei a fazer parte da empresa “estão de bem com a vida”,
os aposentados.
Não
acho graça em ler um livro, por exemplo, no formato digital. Falta a intimidade. Parar
entre um parágrafo e outro, refletir sobre o que está ali diante dos olhos. Virar as páginas com lentidão ou rapidamente
para desvendar as surpresas que as páginas seguintes reservam.
Como é prazeroso saborear, linha por linha, para fazer render o máximo possível e desfrutar do final que o autor nos apresenta , quer estejamos de acordo ou não.
Como é prazeroso saborear, linha por linha, para fazer render o máximo possível e desfrutar do final que o autor nos apresenta , quer estejamos de acordo ou não.
Gosto
de livrarias. Não vou a um shopping sem dar uma passadinha em uma delas. Delicio-me
em percorrer as prateleiras, demorando-me nas sessões, para repassar títulos,
resumos, ilustrações e fotos. Olho tudo. Desde os lançamentos infantis até os
de meus autores preferidos.
Dizem os estudiosos que ler é acima de tudo compreender. Nada de
leitura dinâmica. Não basta simplesmente passar os olhos. Devemos estabelecer
empatias com os conteúdos, que eles retratam, onde o nosso papel de leitor é levar para dentro dele toda a nossa vivência pessoal,
emoções, expectativas, crenças. É assim que conseguimos ser tocados pela
leitura. Como disse Paulo Freire, é preciso que a leitura seja um ato de amor.
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